Àquela que mais amo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Aquela que mais quero bem,
vive e dorme bem,
sonha os sonhos que esqueci,
acende as luzes que estou sempre a apagar,
tira as pedras que eu coloco no caminho,
enche os rios que eu tratei de secar.

Aquela que mais amo,
é viva e cheia de alegria
e ama a lua e da presentes
e sorri de besteiras.

Quem me dera ter a audácia de roubar
um pouco daqueles que admiro e por em mim.
Para que quando partissem,
em mim ficasse um pouco do que não sou.
Amor.
Escreverei as mais belas rimas de amor,
Mostrarei um mundo de flores,
Farei os sonetos perfeitos,
Contarei os mais belos contos,
Direi sobre as mais nobres vidas,
Detalharei as noites mais ardentes.

E com isso farei o melhor
dos meus poemas.
Então, irei a alguma praia,
lá irei recitá-lo.
Como quem grita que ama!

Jogando ao vento o poema,
para voar como um pássaro livre e sem rumo.

E quem sabe um dia qualquer, de uma manhã fresca,
ele virá e comerá nas fruteiras do quintal.

Poema Emergencial - a título do companheiro Barteco

E essas caras brancas, meu Deus?
Pra onde vão essas pernas perdidas no frio?

E esses olhos de lagoas e enseadas,
o que veem além de outros olhos naufragados?

E essa pele de coisa branca e morta,
pra que servem se não se esquentam?
Calma, minha amada.
Não sou eu tão
rude, amargo, desalmado.

Calma... minha amada.
Não sou eu o culpado
por tanto terror!

É culpa da vida,
essa meretriz,
que nos fez assim
sem nenhum pudor.
 

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