Poema da brisa

terça-feira, 12 de janeiro de 2010
As ondas,
essas calmas...
que vem descompassadas
pelo tempo dos mares

São o meu relógio sem ponteiros retos
e assim que beijam a amada, sua praia,
Tiram da areia pouco à pouco,
grãos e grãos

E assim quando subitamente
anoitece,
vem com tamanha sede de saudade de seu amor
que beijam e devoram-na por inteira.

Lutemos contra
Lutemos à favor
Mas é verdade
Que não é possível viver sem as ondas descompassadas pelos tempos do mares.
Não existe nada mais a ser escrito.

As dores foram sentidas.
As brigas, remoídas.
Os amores, relatados.
As ideias, esquecidas.
As boas acões, perdidas.
As pragas, computadas.
Os pobres, abandonados.

E com isso me findo
Porque não há nada mais ridículo
do que ser poeta
sem escritos
Avôs não tem pátrias,
ou seguem a lei natural das coisas
e dos homens.

Seus coracões são as mais
vastas e belas terras
que podem ser habitadas.

Suas leis são as emocionais.
Não venham com essa tal de razão
para acabar com a fantasia e alegria
de algo que é simplesmente sentido

Ser Avô é honraria das grande
e, não são todos que podem ter.

Procriar até a sua terceira geracão
não é nada que exiga dificuldade.

Complicado é esconder, pequenas travessuras,
brincar como se a infância não acabasse.
Difícil é ter tanta alegria
quando já se é adulto.

Que quando ficar eu velho,
não tenha posses, não tenha casas grandes.
Ternos caros e gravatas cor de morte.

Mas que tenha ao pé do meu ouvido
uma voz suave e gritante, macia e vívida:


Vô...
 

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