fui levando

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Me fui levado pelo tempo, fiz tudo em sua razão e a sua vontade. Costumo dizer que o tempo deu pouco tempo pra vida, e desta minha curta permanência tento não marcar as horas de relógio, e sim as de prazer.


Me fui levado pelo prazer e pelo amor que proporcionei aos outros, até hoje nunca tinha parado e pensado em mim, só em mim. Achava que era prazeroso fornecer prazer aos outros. Às vezes, poucas vezes, é.


Me fui levado pelo desleixo e arrogância – sinceramente nessa parte fui quem realmente eu mais sou. Mas quem, algum dia ja falou que podemos ser nós mesmos o tempo todo?- nestes meus dois pecados a vida mostrou-se menor e vazia.


Me fui levado pelo antônimo da vida, e antes que ele chegasse, sentei-me nesse trono que agora estou, em um amplo salão de 1x2 m². Realmente, a emoção de viver é grande. Mas a da perda do sentimento que essa emoção me dá, me causa uma emoção maior ainda.

E as coisas passam rápidas como vento.

Tudo que sobra é o pó,

o resto,

a saudade...

espelhos

Em vazios, vários, vagos lugares.
Com dor,amor, com o nunca. Sem cor, ardor, sem o sempre
Como sofredor. Passivo... desisto
Sendo utópico até o sempre.

grandeza

Amando alguém como amo você:
não existiria mais eu, não existiria.
Deste amor, seriam feitos outros amores e novos morangos,
de tudo que é meu, seu. Nada tenho eu mais.
Com você, nada eu temo mais.

dificuldade

É mais fácil para mim, ser aquilo que não sou.
É mais fácil não ser eu
O meu verdadeiro eu, me constrange e me omite
Do meu eu, nada sou eu.

até o não

Até quando os nomes mudarem,
quando os mares pararem.
Até quando os ventos balançarem ou não,
quando as dores não existirem mais.
Até quando as músicas não tocarem mais,
quando não escutarmos mais, nada.

Até quando as flores não falarem mais,
quando tudo parar. Até lá...


Não esqueças que já amamos,
até lá.

 

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