terça-feira, 9 de novembro de 2010
Essa vontade de escrever, como quem acredita que no ato de escrever tudo se esquece e o que fica no papel da cabeça sai.
Pobre louco que sou, que por ter mania de acreditar nas coisas traiçoeiras da vida, entrei pra uma mundana, a da escrita.

O que se escreve, não sai de mim, permanece dentro, germinando do mesmo jeito que uma erva-daninha, e como tudo que cresce, de comida precisa.
Eis aqui minha alma, poesia, come-a e a engole tomando o meu sangue.
Porque já não mais tenho salvação.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Cortei o cabelo,
tive que cortar o cabelo.

Não que seja algo por estética
ou beleza parnasiana das coisas.
Fez-se necessário cortar o cabelo.

Algumas coisas nas vidas
(minhas e dos outros)
tem sentido e são úteis.
Os meus cabelos não

Os cigarros me acodem quando
requisitados são.
A fumaca exalada lava-me
a alma e retira os maus que
querem ficar.
A bebida quando me requisita,
me salva. Entorno o copo, de vidro barato,
e tudo vai se salvando e se solvendo...

Porém, meus cabelos? Ah esses há muito
tempo não servem mais.
Bom seria que já nascessemos
de cabelo cortado e aparado e feito
e bem modelado. Assim todos iguais.
Porque ir ao barbeiro é sofrer!

Primeiro, as caras sisudas,
dispostas ali como enfeite de matadouro.
O ventilador que já não gira bem,
como todos aqueles que ainda não cortaram os cabelos
e com eles vivem bem.

Depois, com a sensacao qual a do boi quando
vai de encontro ao marrete, sentar-se na cadeira
colocada ali entre o centro e o fim
e com um espelho a frente para que
durante o processo nunca esquececamos
que é pre-ci-so cortar o cabelo.

Em seguida, existe o sofrimento da dúvida
se era ou não realmente necessário cortar o cabelo.
No meu caso, urgente!

Ah... como tudo é sofrer
para aqueles que não conseguem
cortar os cabelos.

Mas... e isso que agora cresce?
Porque teimam os cabelos em voltarem?
me, you, my mom, your father,
our relatives.
Music, great guys,
awful guys. Love,
life, death. Hate,
Your cat, my dog.


everything is about money
Aos amigos que riem
Aos amigos que choram
Aos amigos que vivem
Aos amigos que amam,

Somos três perdidos e loucos no mundo
Esses papéis em branco,
porque tanto persisto em
preenche-los com minhas
loucuras?

Deixa-lo-eis assim como são:
brancos!
E com que eles quero aprender
a felicidade de aceitar
ser o que é!
Meu coracão perdeu-se no tempo!
Esquececeu-se que o relógio corta e
que a vida passsa e
mais nada.

Não lembra mais que as tristezas
de um amor finito ainda me doem.

E que não existe em mim
mais paciência para tantos
rodeios e lembrancas.

Porque não há corpo que resista
a tentar, a lutar, a tentar, a repetir,
e não conseguir.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Porque preocupa-te tanto
umas angútias da vida mundana?
Não precisas disso
queiras o simplismo.
Deixemos de coisa para com a vida,
Tão singela e frágil que é...
Porque para nós, poetas, não pega bem
falarmos tão mal e drasticamente dela.

Deixemos de coisa para com a vida.
Que importa se alguns morrem todos os dias?
Que vale pessoas com fome?
Que significa abusos e roubos?

Ah, deixemos de coisa para com a vida
e obedecemos nossos pais e sigamos o caminho
da pátria amada.
Há preconceitos ao lado
Há mal amados preocupados
Há bandidos honrados
Há falta de dar
Há a alegria em desabar

Ahh, e como há preconceitos ao lado!
domingo, 13 de junho de 2010
queria um amor pra vida, mas ela é finita.
Minha dificuldade de aceitar o tempo e sua morte está ficando cada vez maior. Não importa quantos relógios quebro, quantos poemas escrevo, quantas pessoas amo, quantas lágrimas derramo, quantas alegrias sinto.


O tempo é única coisa democrática na vida.
Minha paixão pelas coisas terrenas,
Meu amor pelas coisas eternas,
Meu ardor pelos jovens,
Minha compreensão pelas mulheres,
Minha dor pelos mortos,
Minha loucura pelos poetas.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Me falta algo.
Não sei o que é,
Nem porque me falta.

Sei que é algo
que nunca tive.
E vive em seu mistério
de ser
desconhecido.

Não reside na alegria,
nem aparece na saudade.
Não se sente na pele das mulheres,
nem nos sorrisos dos jovens.

Deve ser que nem exista
isso que me falta.

- Um pobre procurando
o que não há,
e esquecendo o
que já se foi -

influência pessoniana

E hoje em dia
sou o que sou:

Os amigos guardados no bolso,
a família gravada em foto na parede,
os sonhos esquecidos no tempo.

Hoje em dia
sou o que o fui:

os amores despedacados no vento.
os dias passaram e passando.

Hoje em dia
sou o que serei:

uma vida rabiscada no papel.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Os meus poemas me vêm o tempo todo, sem intervalos. Como uma cachoeira caudalosa, esparramando letras e palavras por todos os cantos.


Todas as pessoas são poetas - entenda aqui por pessoas, meu caro leitor, aquelas que vivem, não vegetam - Sim, todas são poetas. Existe todavia uma diferenca entre as tais pessoas, algumas conseguem (não sei como) construir algo, uma represa em suas quedas d´agua. E no vale úmido que fica à beira desta, constroem sem muitas palavras melancólicas e versos apaixonantes uma bela vida.

Outras, como eu e tantos perdidos no mundo, não tem sequer um tijolo ou massa de cimento pra represar aquilo que vêm constantemente. E o tempo que têm passam a escrever tudo, a copiar a mente, a tentar descriptografar os mistérios da alma, a tentar, em vão, transformar o vermelho do coracão em algum poema útil.

E existem as poucas e mais corajosas mentes, que tem a audácia, capacidade e virtude de ao pé da cachoeira construirem não represas, mas sim um moinho, grande e magnífico. Cujo se movimenta com as letras e palavras que caem a todo tempo e criam as mais belas coisas existentes.

Àquela que mais amo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Aquela que mais quero bem,
vive e dorme bem,
sonha os sonhos que esqueci,
acende as luzes que estou sempre a apagar,
tira as pedras que eu coloco no caminho,
enche os rios que eu tratei de secar.

Aquela que mais amo,
é viva e cheia de alegria
e ama a lua e da presentes
e sorri de besteiras.

Quem me dera ter a audácia de roubar
um pouco daqueles que admiro e por em mim.
Para que quando partissem,
em mim ficasse um pouco do que não sou.
Amor.
Escreverei as mais belas rimas de amor,
Mostrarei um mundo de flores,
Farei os sonetos perfeitos,
Contarei os mais belos contos,
Direi sobre as mais nobres vidas,
Detalharei as noites mais ardentes.

E com isso farei o melhor
dos meus poemas.
Então, irei a alguma praia,
lá irei recitá-lo.
Como quem grita que ama!

Jogando ao vento o poema,
para voar como um pássaro livre e sem rumo.

E quem sabe um dia qualquer, de uma manhã fresca,
ele virá e comerá nas fruteiras do quintal.

Poema Emergencial - a título do companheiro Barteco

E essas caras brancas, meu Deus?
Pra onde vão essas pernas perdidas no frio?

E esses olhos de lagoas e enseadas,
o que veem além de outros olhos naufragados?

E essa pele de coisa branca e morta,
pra que servem se não se esquentam?
Calma, minha amada.
Não sou eu tão
rude, amargo, desalmado.

Calma... minha amada.
Não sou eu o culpado
por tanto terror!

É culpa da vida,
essa meretriz,
que nos fez assim
sem nenhum pudor.

Poema da brisa

terça-feira, 12 de janeiro de 2010
As ondas,
essas calmas...
que vem descompassadas
pelo tempo dos mares

São o meu relógio sem ponteiros retos
e assim que beijam a amada, sua praia,
Tiram da areia pouco à pouco,
grãos e grãos

E assim quando subitamente
anoitece,
vem com tamanha sede de saudade de seu amor
que beijam e devoram-na por inteira.

Lutemos contra
Lutemos à favor
Mas é verdade
Que não é possível viver sem as ondas descompassadas pelos tempos do mares.
Não existe nada mais a ser escrito.

As dores foram sentidas.
As brigas, remoídas.
Os amores, relatados.
As ideias, esquecidas.
As boas acões, perdidas.
As pragas, computadas.
Os pobres, abandonados.

E com isso me findo
Porque não há nada mais ridículo
do que ser poeta
sem escritos
Avôs não tem pátrias,
ou seguem a lei natural das coisas
e dos homens.

Seus coracões são as mais
vastas e belas terras
que podem ser habitadas.

Suas leis são as emocionais.
Não venham com essa tal de razão
para acabar com a fantasia e alegria
de algo que é simplesmente sentido

Ser Avô é honraria das grande
e, não são todos que podem ter.

Procriar até a sua terceira geracão
não é nada que exiga dificuldade.

Complicado é esconder, pequenas travessuras,
brincar como se a infância não acabasse.
Difícil é ter tanta alegria
quando já se é adulto.

Que quando ficar eu velho,
não tenha posses, não tenha casas grandes.
Ternos caros e gravatas cor de morte.

Mas que tenha ao pé do meu ouvido
uma voz suave e gritante, macia e vívida:


Vô...
 

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