Tu és bosta!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Há muito tempo que não ouso, penso ou, de fato, escrevo algo. Se tornou difícil pra mim, pesado, maçante. Pensar nas palavras, alinha-las, reorganiza-las, fazer com que o que eu penso(não é muita coisa) seja passado pro papel em branco que hipocritamente aceita tudo lhe é posto(Umas das maravilhas do papel) é arduamente doloroso, sempre sinto essa melancolia, essa dor forte, e que antes cessava quando dava o ponto final, agora não, continua como quem dissesse: tu és bosta, meu filho! Não sairei tão facil daqui nao.. a aporrinhação irá continuar. Ai eu paro, olho e suspiro e vamos indo.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Desisto, de tudo, enfim... por fim!
domingo, 17 de novembro de 2013
A vida é isso: é querer se dar, é não ter pra onde. É pra onde se perder, é isso: é se achar nos emaranhados de tudo e de todos. É isso, se perder amigo, sem ter porque nem pra onde, é simplesmente ir, e enquanto exista o processo de ir, iremos. Assim, bem simples, tudo é muitos simples, nós somos simples, os amores são simples, as saudades, essas sim, são pesadas. Aah, mas fora isso, por favor, enquanto isso, sejamos simples. Te quero assim, simples como antes, amante como sempre, sorriso na cara e alegria em mim.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
O que me fode é minha imaginação. Ela. Só ela. Sozinha dentro da minha cabeça ela é minha domadora e não usa chicotes! Porque vejam, estão vendo ali do lado, aquele dois seres conversando? Eles tão discutindo se a traição dela foi forte demais para ele e se ele, pobre coitado, deve ter seus um metro e setenta, camisa aberta no segundo botão, peito peludo como de macho dominante, calça folgada nas pernas e com a bainha por fazer, bem, eles estão discutindo se a traição dela é um fardo grande demais que ele não consiga carregar. Ela, ah ela... charmosa, olhar restrito aos que a chamam e de pensamentos alterados pelo álcool consumido... Ah! esqueci de dizer: estamos numa festa, ou ainda não perceberam? Está tudo meio escuro ainda, início de tudo, pessoas arrumadas, cheirosas, bem vestidas e com as intenções mais sórdidas veladas por sorrisos extravagantes e goles rápidos de alguma coisa que os deixem loucos, que nos deixem loucos! Ah e não me diga que você não percebeu que, leitor, você também está aqui, é aquela pessoa ali no canto, com uma cerveja na mão e com a dúvida se deve ou não acender aquele cigarro que tinha há tanto tempo decidido não acender mais. Bem... aqui estamos, aqui na festa, uma dessas qualquer que chegamos sem saber como e vamos embora carregados pelos amigos sóbrios... é nesse lugar que o nosso casal, ainda sem nome, está discutindo a traição da moça. Mas vejam... que coisa mais engraçada acontece aí do seu lado: a música subitamente trocou de ritmo e todos dispõem-se a dançar com seus pares, é nessa hora, que do seu lado, ai bem no seu canto do olho esquerdo, você percebe: estão te chamando por meio de olhadas destruidoras para ser o par de alguém. Você ainda não decidiu nada a respeito, afinal de contas veio para a festa para aproveitar e não queria saber de nenhuma outra coisa além de se divertir e rir com as piadas cada vez mais sem graça, mas enfim, aqui está você sendo chamado para ser o par de alguém. Logo você! Que acabou de terminar um longo relacionamento, que como todos os relacionamentos começam com juras eternas de amor e carinho, planos de casa conjunta e discussões sobres modelos educacionais dos filhos esquisitos que você terão. Assim você está e sendo assim, procura não responder aos olhares que vem pela sua direita. Ao lembrar disso tudo lhe vem à cabeça aquele dia em que tudo terminou e o seu relacionamento estava sendo discutido numa festa, parecida com aquela, com pessoas parecidas com conversas tão chatas como aquelas, lhe parece tudo tão igual que você começa a se perguntar se aquela festa não é a festa em que você estava discutindo com sua, agora, não mais amada, futura ex-mulher de toda a vida, enfim, aqui está você! Mas na verdade, quem é você? Você, caro leitor, você sou eu! E nossa imaginação nos fode! E porque escreve então? Porque se não escrevesse minha imaginação já teria se transformado em mim e eu não seria nada do que eu sou hoje, sendo que sou, minto: sendo que já somos a nossa imaginação! A nossa linda e louca e desvairada imaginação!
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Tinha, ontem, escrito uma coisa linda. A carta mais linda que já escrevi, nela, meu amor, existiam reis, rainhas, impérios e personagens que nós criamos juntos e todos nos serviam! Erámos, nós reis! Reis de nós mesmos. Tinha de tudo que pudesse fazer com que ela fosse linda. Falava do nosso início, falava de como erámos inocentes e como amávamos, assim, como duas crianças lindas que não ligam de estarem sujas de lama e barro, e que ao notarem a sujeira feita, riam, riam muito! Porque os cavalinhos de barro que fizeram eram tão feios e esquisitos e ao mesmo tempo a coisa mais linda já feita, era linda, repito. . Lembrei das nossas expectativas, do nossos sonhos conjuntos que eram tão reais que nem pareciam sonhos, pareciam ( e eram) a nossa realidade, fui escrevendo, como quem faz um bolo, e você sabe, não se tem como recomeçar um bolo quando os ingredientes estão postos, não tinha como também recomeçar aquela carta. Fui escrevendo, escrevendo... chamei nosso filho, que ainda não existe, para me ajudar, e sabe o que ele disse, meu amor? Papai, diz pra mamãe que estou com saudades! Quando ele falou isso, pus menos açúcar na receita, o bolo ia adoçar demais, capaz de que quando comesse, o enjoo fosse súbito e estragasse a lindeza da carta. Ah, ele, nosso filho, manda lembranças, você precisa ver como ele é lindo... de riso solto e dentinho da frente quebrado, parecido com o pai. Pula tanto ao saber das coisas que falo que ele irá conhecer que sua energia é contagiante e demos tantas gargalhadas juntos que a barriga doeu. . Parecia que a carta nunca acabaria, sabe? Parecia que ficaria a eternidade escrevendo ela, era tão gostoso, fazer aquilo tudo, misturar farinha, palavras, açúcar, letras garrafais! Nunca tinha escrito uma carta tão linda, juro! Algum dia imaginei que teria a coragem de entrega-la a você, mas não... quer saber a verdade? Eu acho que foram os benditos ovos, estavam pobres.. e acabaram por estragar a massa, digo, a carta. E depois de escrita, da minha mão cansada, do meu peito estufado e daquela falta de ar como a de quem está parindo... peguei a carta, essa linda como ela era, porque era verdadeira, e quemei-a.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
e as vezes volta aquela vontade se perder... de errar de trem, perder o metrô, de confundir e se enganar nas ruas de uma cidade desconhecida. De errar de amigos, de pais, de amores. Se acabar sem começo nem fim, de esquecer de identidade, de vestir coisas que não existem, ou até nem se vestir. De perder a língua, ah meu Deus! como queria não saber falar, como queria nada, apenas nada. Errar e errar e confundir, e se enganar e se perder. Afinal, erradas estao aqueles que acreditam num caminho certeiro e verdadeiro. Não existe caminho.

Le moment

domingo, 2 de setembro de 2012
Em uma tarde, perdida como essa de hoje, nalgum final de inverno, me levantava da cama(ainda imunda de amor) e ia de encontro à janela, afinal, era necessário um pouco de vento e talvez de luz, algo que nos dissesse que ainda viviam pessoas e coisas lá fora. O sol apressava-se para a sua despedida diária de todos nós e, do outro, ainda bem clara, ia surgindo aquilo que ela tanto amava: a lua, de forma alva e calma, esperando o fim do espetáculo do seu eterno marido. Bem... foi nessa tarde, que em um português meio alemânico, ela me disse, ainda despida de roupa e timidez: você é quente! E afirmava de uma maneira tão convincente que sua voz, ao bater em mim, me estremeceu e parecia que aquela quentura e ardência da qual ela falava tomava conta de mim, voltamos à cama, os dois despidos de qualquer coisa que atrapalhasse 'o momento'. Era assim que chamávamos pois, não era sexo carnal, tampouco amor parnasiano, muito menos a junção dos dois, era simplesmente, sem mais descrições, O momento. Simples como pode soar e complexo como uma imaginação infantil pode ser. Em uma fusão de corpos, cores, sons, tons e tudo que nos fazia parte, sentíamos nada além do que era para ser sentido e por isso que fosse tão... tão... momentual.
 

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