quinta-feira, 8 de novembro de 2012
e as vezes volta aquela vontade se perder... de errar de trem, perder o metrô, de confundir e se enganar nas ruas de uma cidade desconhecida. De errar de amigos, de pais, de amores. Se acabar sem começo nem fim, de esquecer de identidade, de vestir coisas que não existem, ou até nem se vestir. De perder a língua, ah meu Deus! como queria não saber falar, como queria nada, apenas nada. Errar e errar e confundir, e se enganar e se perder. Afinal, erradas estao aqueles que acreditam num caminho certeiro e verdadeiro. Não existe caminho.

Le moment

domingo, 2 de setembro de 2012
Em uma tarde, perdida como essa de hoje, nalgum final de inverno, me levantava da cama(ainda imunda de amor) e ia de encontro à janela, afinal, era necessário um pouco de vento e talvez de luz, algo que nos dissesse que ainda viviam pessoas e coisas lá fora. O sol apressava-se para a sua despedida diária de todos nós e, do outro, ainda bem clara, ia surgindo aquilo que ela tanto amava: a lua, de forma alva e calma, esperando o fim do espetáculo do seu eterno marido. Bem... foi nessa tarde, que em um português meio alemânico, ela me disse, ainda despida de roupa e timidez: você é quente! E afirmava de uma maneira tão convincente que sua voz, ao bater em mim, me estremeceu e parecia que aquela quentura e ardência da qual ela falava tomava conta de mim, voltamos à cama, os dois despidos de qualquer coisa que atrapalhasse 'o momento'. Era assim que chamávamos pois, não era sexo carnal, tampouco amor parnasiano, muito menos a junção dos dois, era simplesmente, sem mais descrições, O momento. Simples como pode soar e complexo como uma imaginação infantil pode ser. Em uma fusão de corpos, cores, sons, tons e tudo que nos fazia parte, sentíamos nada além do que era para ser sentido e por isso que fosse tão... tão... momentual.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Ontem desisti de mim, hoje desisti de um verbo, voltei no tempo e desaprendi a falar. Não faz parte mais do meu vocabulário, se é que algum dia o fez. Normalmente me dou bem com as palavras e com e as pessoas, contudo, este verbo em particular não me faz bem, nem a mim nem aos complementos verbais que ele necessita e impõe como destino na vida para mim. Agora percebo, foi como se no dia da aula de conjugação, lá no primário, tivesse esquecido de ir, simplesmente esqueci de ir, e aquela lição do dia não estivesse computada mais em mim, simples e fácil assim.
Desisti de amar, isto, esse verbo tão ousado e pretencioso, por que no fim de ousado, pretencioso e falho já tenho a mim e por enquanto basta. Não existe mais inspiração aqui, tudo se transformou em expiração relaxante. Sem mais delongas... até a próxima página ou a próxima desistência.
 

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