segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Cortei o cabelo,
tive que cortar o cabelo.

Não que seja algo por estética
ou beleza parnasiana das coisas.
Fez-se necessário cortar o cabelo.

Algumas coisas nas vidas
(minhas e dos outros)
tem sentido e são úteis.
Os meus cabelos não

Os cigarros me acodem quando
requisitados são.
A fumaca exalada lava-me
a alma e retira os maus que
querem ficar.
A bebida quando me requisita,
me salva. Entorno o copo, de vidro barato,
e tudo vai se salvando e se solvendo...

Porém, meus cabelos? Ah esses há muito
tempo não servem mais.
Bom seria que já nascessemos
de cabelo cortado e aparado e feito
e bem modelado. Assim todos iguais.
Porque ir ao barbeiro é sofrer!

Primeiro, as caras sisudas,
dispostas ali como enfeite de matadouro.
O ventilador que já não gira bem,
como todos aqueles que ainda não cortaram os cabelos
e com eles vivem bem.

Depois, com a sensacao qual a do boi quando
vai de encontro ao marrete, sentar-se na cadeira
colocada ali entre o centro e o fim
e com um espelho a frente para que
durante o processo nunca esquececamos
que é pre-ci-so cortar o cabelo.

Em seguida, existe o sofrimento da dúvida
se era ou não realmente necessário cortar o cabelo.
No meu caso, urgente!

Ah... como tudo é sofrer
para aqueles que não conseguem
cortar os cabelos.

Mas... e isso que agora cresce?
Porque teimam os cabelos em voltarem?

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